Foto: Reprodução/ Instagram @franciscus

O Papa Francisco passou mais uma noite no Hospital Gemelli, em Roma, onde está internado há um mês devido a uma pneumonia bilateral. Apesar de apresentar algumas melhoras, seu quadro clínico ainda é considerado delicado, exigindo cuidados intensivos. O Pontífice, de 88 anos, segue em tratamento rigoroso, utilizando uma cânula nasal para respiração assistida durante o dia e uma máscara de oxigênio à noite. Esta é sua quarta e mais prolongada internação desde que assumiu o cargo, em 2013.

Na última quinta-feira (13), Francisco seguiu sua rotina de fisioterapia e exercícios respiratórios, além de celebrar o 12º ano de pontificado com um bolo. No entanto, sua recuperação ainda inspira cuidados. De acordo com o boletim médico divulgado pela Santa Sé, novas atualizações devem ser feitas nos próximos dias, mas há possibilidade de interrupções nas comunicações.

Apesar de alguns sinais de melhora, médicos alertam que o tempo de recuperação pode ser longo devido à idade avançada e à gravidade da infecção. “Aos 88 anos, um organismo debilitado por uma pneumonia bilateral requer tempo para se recuperar completamente”, informou a assessoria de imprensa do Vaticano.

Desde sua internação, em 14 de fevereiro, Francisco apresentou oscilações em seu quadro clínico. No dia 22 de fevereiro, sofreu uma crise asmática prolongada e precisou de uma transfusão de sangue devido a uma anemia associada à trombocitopenia. Seis dias depois, enfrentou um episódio de broncoespasmo, que resultou em vômito após a inalação de medicamentos.

No início de março, o Pontífice passou por dois episódios de insuficiência respiratória aguda, exigindo a realização de broncoscopias para remoção de secreções pulmonares. Desde então, o tratamento tem sido mantido com oxigênio suplementar e fisioterapia respiratória diária.

Na última segunda-feira (10), os médicos retiraram o prognóstico “reservado”, indicando uma leve melhora clínica. Uma radiografia de tórax confirmou avanços, mas o Vaticano evita fazer previsões sobre uma possível alta. “Dado o quadro infeccioso inicial e a complexidade do caso, o Papa permanecerá hospitalizado por mais alguns dias para dar continuidade ao tratamento”, informou o comunicado oficial.

Francisco permanece em um apartamento no décimo andar do Hospital Gemelli, onde recebe visitas restritas. Seus contatos mais frequentes são o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, e o arcebispo Edgar Peña Parra. Durante a internação, ele mantém sua rotina religiosa, recebendo a Eucaristia diariamente e participando remotamente dos exercícios espirituais da Quaresma.

A Santa Sé segue atualizando os fiéis sobre seu estado de saúde. Até o dia 7 de março, os boletins médicos eram diários; agora, são divulgados em dias alternados. O Papa ainda não fez aparições públicas desde a internação, um contraste com ocasiões anteriores, quando o Vaticano costumava divulgar vídeos e fotos.

No último dia 6 de março, o próprio Francisco enviou uma mensagem de áudio agradecendo as orações e o apoio dos fiéis. Sua voz, segundo relatos, estava visivelmente cansada.

Histórico de problemas de saúde

O Papa Francisco já passou por outras hospitalizações nos últimos anos. Em 2021, ficou 10 dias internado para uma cirurgia no cólon. Em março de 2023, enfrentou uma internação de três dias por bronquite, e em junho do mesmo ano, passou por uma cirurgia de hérnia abdominal, permanecendo no hospital por 10 dias.

Além disso, ele sofre com dores crônicas nos joelhos, que o obrigam a usar cadeira de rodas desde 2022. Sua saúde já exigia cuidados desde a juventude, quando, aos 21 anos, teve parte do pulmão direito removido devido a uma infecção severa. Mais recentemente, adotou o uso de aparelho auditivo e passou por uma cirurgia de catarata em 2019.

Apesar dos desafios médicos, o Papa Francisco segue acompanhado de perto por sua equipe de saúde e pela comunidade católica mundial, que torce por sua plena recuperação.